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segunda-feira, 15 de abril de 2024

A DOIS PASSOS DO PARAÍSO

 


Já se passaram alguns anos e graças à assessoria dos diretores do departamento de “RD” (recursos desumanos), da Salton, Aurora, Garibaldi, a colheita de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Syrah, Chardonnay, Sauvignon etc. etc. etc.  etc. está começando.



A mão de obra barata e paga com os juros provenientes da aplicação do que sobrou na compra dos milhares de hectares, surpreende o Bernard que já calcula o lucro que poderá obter quando seus os vinhos ganharem as prateleiras das lojas especializadas e supermercados.



Mas há um, porém..... Arnault precisará, nesta etapa, contratar eno-químicos (um novo ramo da enologia com profundas raízes tupiniquins).

Por qual razão?

 Os enólogos franceses não conseguirão vinificar as uvas nacionais com a mesma perfeição dos eno-químicos da Miolo, Guaspari, Carraro, Valduga, Geisse etc: os nossos eno-químicos estão anos luz à frente dos franceses no quesito “como batizar vinhos”



Os franceses entendem muito de “Grands Crus”, mas não conhecem os segredos obscuros e misteriosos para conseguir realizar nossos famosos “Grands Cus”.

Seleção, dos eno-químicos, terminada, contratos assinados, Arnault, mais uma vez se surpreenderá com a facilidade, tranquilidade e total liberdade, também, nesta etapa.

Ninguém controla, ninguém fiscaliza e no escurinho da adega basta ter um bom estoque de chips de madeira, leveduras de todas as origens, corantes, açúcar, aromatizantes à vontade e tudo mais que possa ajudar os eno-químicos e realizar os famosos milagres, marcas registradas que renderam famosos os incomparáveis vinhos nacionais.

Envelhecimento? É possível declarar 1 anos, 5 anos, 12 anos ou quantos anos quiser...ninguém controla

Chips de Carvalho Francês Leve Tosta (LT)



Passagem em barrique francesa? Pode usar “chips” de carvalho que mais uma vez não há controle ou fiscalização.

Aromas e sabores? Há leveduras disponíveis, no mercado, para todos os gostos e gastos.

Fermento Red Star Premier Classique (Montrachet) - 


 Mais alguns poucos meses e finalmente estarão prontos, engarrafados, etiquetados e embalados todos os “Grands Cus” que Arnault desejar

Não há quem controle se a uvas esmagadas são originarias desta, daquela, ou de outra vinha, se o tempo de envelhecimento é real e se foi realmente realizado em barrique, se a etiqueta espelha verdadeiramente o que há na garrafa......liberdade e descontrole total.

Tudo pronto, vinho engarrafado......falta “inventar” o nome dos “Grands Cus”.



O normal, comum, corriqueiro, seria homenagear um patriarca, uma matriarca ou um pioneiro da região, mas o nosso francês poderá simplesmente importar os nomes originais e “abrasileira-los”: “Nouveau Grand Cu Muro da Rocha”, “Nouveau Grand Cu Bastado do Monterachado”, “Nouveau Grand Cu lo Tacho”, “Grand Cu Bons Mares” “Grand Cu Benvindo Bastardo do Monterachado” ....

Tudo pronto?

Chegou a hora de faturar e faturar alto.

Pelo preço de 1 hectare do “Clos des Lambrays” Bernard comprou milhares de hectares, plantou vinhedos, montou uma vinícola completa, produziu milhões de garrafas e agora, com a ajuda das canetas$ de vida fácil, critico$, sommerdier$, influencer$, youtuber$, chega ao mercado com seus vinhos pelo mesmo preços de seus mais próximos concorrentes.

Os concorrentes?

Miolo-Sesmarias = R$ R$ 1.292 (244 Euros)

Miolo – Iride = R$ 443 (85 Euros)



Lidio Carraro – Grande Vindima = R$ 724 (137 Euros)

Lidio Carraro – Kairos R$ 790 (150 Euros)

Lidio Carraro – Vinum Amphorae R$ 1.315 (248 Euros)

Famiglia Valduga – Maria Valduga Brut R$ 549 (104 Euros)



Bueno Wines – Anima Gran Reserva R$ 1.007 (190 Euros)

Guaspari – Terroir Pinor Noir R$ 628 (120 Euros)

Bernard, ao ver que seus Grands Cus não “dormem” por muito tempo nas prateleiras e são levados para casa pelos eno-retardados tupiniquins por preços de Grands Crus franceses, de queixo caído, estupefato, se pergunta “O que estava fazendo na França? Aqui é o paraíso dos vinhos... não há normas, regras, fiscalização, controles ....nada de nada. Há um sem número de eno-tontos que compram garrafas, tremendas-bostas, pelo mesmo preço de um 1er Cru ou Grand Cru francês, a mão de obra é barata e os custos de produção são infinitamente mais baixos do que na Borgonha.  Sou um tremendo otário!  Estava há dois passos do paraíso e não sabia. Adieu Bourgogne, adieu Champagne, adieu Bordeaux...... Bonjour Brésil, je suis arrivé”.



Dionísio.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

CLOS DE CUPINS

 


Imaginem quão bobo e desinformado é o sujeito que compra 8 hectares de vinhas, em Morey-Saint-Denis, por incríveis 200 milhões de Euros (1 bilhão de R$), mas desconhece os preços convidativos e o imenso potencial vinícola do Brasil

O Bernard Arnault, o francês podre de rico, que adquiriu o famoso Grand Cru “Clos des Lambrays”, demorará três ou quatro décadas para, quem sabe, recuperar seu investimento.



Dez anos já se foram (Arnault comprou o “Clos de Lambrays em 2014) e Bernard, hoje com 75 anos, não estará vivo quando, finalmente, obterá, talvez, o retorno do bilhão investido em Morey-Saint-Denis.



Se o magnata francês conhecesse profundamente o mundo do vinho deixaria o “Clos de Lambrays” para outro desinformado capitalista e na calada da noite teria comprado, por preço de banana prata, milhares de hectares na mais nova e promissora Borgonha vinícola: O Brasil.



O Brasil guarda, em seu território, com justificado ciúme e segredo, terras que custam migalhas, mas que em poucos anos poderiam produzir garrafas renomada e tão lucrativas quanto as originarias dos Grands Crus franceses.

De norte ao sul, de leste ao oeste, o território brasileiro possui rara vocação para o plantio de parreiras.

 O multibilionário, Bernard, deveria ter sido informado, por sua equipe de consultores, sobre a qualidade única do “terroir” brasileiro (no Brasil, influencers, sommerdiers, críticos e similares, em sua proverbial ignorância, confundem TERROIR com TERRENO).



Outra grande e injustificada omissão, sobre o enorme potencial vinícola brasileiro, deve ser atribuída aos diretores da Moet Chandon brasileira que, apesar de produzirem, em terras gaúchas, um dos consagrados “Segundo Melhor” espumantes do mundo, nunca repassaram a informação ao Bernard.


No Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Bahia, Espirito Santo, DF e se bobear até no Pantanal mato-grossense, há milhares de parreirais produzindo excelências vinícolas.



É o Brasil “encinando” ao mundo como produzir vinhos até nos brejos.

CONSELHOS TÉCNICOS DE B&B

Como demonstramos, todo o território nacional possui imensa vocação vinícola, mas para conseguir sucesso mais rápido e seguro, B&B revelará, gratuitamente, ao Bernard, o “Caminho das Pedras”



Se nosso amigo Bernard quiser sucesso seguro e rápido deverá focar suas atenções visando o segmento dos novos-ricos-abobados-abobados

Onde encontrar, então, o maior número de novos ricos abobados?

Brasília!

Arnault, deverá, sem dúvida, iniciar sua aventura vinícola no cerrado goiano e nas terras do Distrito Federal.

O alto poder aquisitivo da população, dos lobistas, políticos, ministros, juízes, presidentes de estatais, altos funcionários, etc., (todos grandes admiradores de Grands Crus franceses), recomendam o Planalto Central como o território mais apropriado para obter um retorno rápido e seguro do capital investido.





Arnault, gastando menos do que desembolsaria para comprar 1 hectare no “Clos-des-Lambrays”, poderia comprar 2.000/3.000 hectares, nos arredores de Brasília e iniciar a produção de seus “Grands Cus” do cerrado.

Para obter rápido sucesso, na nova e venturosa aventura, nosso Arnault precisaria, todavia, de ajuda técnica e especializada para cada etapa da empreitada.

Para economizar nos gastos da capina, preparação, aração, plantio, manutenção etc. dos vinhedos, Bernard, deverá encontrar uma eficiente diretoria de “RD” (recursos desumanos).



Não é preciso pensar muito... no mercado brasileiro não há nada melhor do que os “RD” da Aurora, Garibaldi e Salton: eles sabem onde e como conseguir trabalhadores sem registro, sem encargos sociais, sem greves e que adoram trabalhar de sol a sol, quase de graça e quase sem comer.

Já indicamos como e onde Bernard Arnault deveria ter pesquisado antes de comprar o “Clos-des-Lambrays”.

 Na próxima matéria revelaremos como é possível produzir, com custos irrisórios, “Grands Cus” do cerrado e vendê-los pelo preço de Grands Crus franceses.



Aguardem

Dionísio

sábado, 6 de abril de 2024

CÔTE-D'OR.....QUE RESTE-T-IL DE NOS AMOURS

 


Há anos estou diminuído visivelmente minhas viagens à Borgonha.

Os grandes atrativos da região são seus grandes vinhos, mas nos últimos 20 anos vi os preços das garrafas percorrerem o caminho das estrelas enquanto o Real continua sua lenta, mas inexorável, queda rumo ao Maranhão



Entrar no carro, percorrer mais de 700 km, na ida e outros tantos na volta, para comprar garrafas que custavam 50/80 Euros e que hoje ninguém entrega por menos de 200/300, soa insanidade total.

A Borgonha, nos últimos anos, se transformou na região vinícola mais badalada e cara da França.

Há incontáveis anos a área coberta por parreiras, na Borgonha, continua praticamente do mesmo tamanho, não sofreu um significativo aumento dos hectares cultivados e a produção, de garrafas produzidas, não é suficiente para suprir o constante aumento da procura.

Resultado?

Os preços dos 1er e Grands Crus alcançaram estrelares 300-400-500 Euros.


CHEVALIER-MONTRACHET 2020

Côte de Beaune
Vin Blanc
ARMAND HEITZ
730,00 €
/ 75 cl : Bouteille


 Como não bastasse o fator “oferta X procura” é notório que, após Champagne e Bordeaux, os grandes grupos do “luxo” começaram a se interessar, para valer, pela Borgonha.

François-Henri- Pinault, proprietário, entre outras coisinhas, das marcas Gucci, Balenciaga, Bottega Veneta, Saint Laurent, Château Latour, Château Grillet etc., comprou, na calada da noite, a Domaine d’ Eugenie em Vosne-Romanée.



Seu eterno rival, Bernard Arnault, dono do grupo LVHM (Luis Vuitton, Dom Perignon, Moet & Chandon, Krug, Ruinart, Veuve Clicquot, Château D’Yquem etc. etc. etc.) em 2014 comprou os 8 hectares do “Clos des Lambrays”, um dos quatro Grands Crus de Morey-Saint-Denis, pela bagatela de 200 milhões de Euros (25 milhões por hectare).



Pinault, não se deu por vencido e em 2017, arrematou, quase pelo mesmos 200 milhões, os 7,06 hectares do Grand Cru vizinho, o “Clos de Tart”.

É bom lembrar que o “Clos de Tart” tem uma história vinícola de “apenas” 900 anos.



Os significativos investimentos dos grandes grupos, a mesma quantidade de garrafas produzidas e a crescente procura, foram responsáveis pelo aumento dos preços, que triplicaram e em alguns casos até quadruplicaram de valor.

 Exemplo: uma garrafa de Grand Cru que, há 15 anos, custava 150/200 Euros, hoje é quase impossível leva-la para casa por menos de 400-500 ou 800 Euros.

Sorte nossa que a Borgonha não é somente Côte d’Or....

https://www.youtube.com/watch?v=OddALnXIhkE

Em minhas próximas viagens “francesas” deixarei Beaune, Puligny-Montrachet, Chassagne-Montrachet, Vougeot, Morey-Saint-Denis, Gevrey-Chambertin, Corton, e Cia, para os novos-ricos-abonados e focarei minhas atenções nos vinhos de Mercurey, Fuissè, Vergisson, Pierreclos, Vinzelles, Chablis etc. denominações menos badalas, vinhos de ótima qualidade, onde é possível, ainda (até quando?), encontrar garrafas com ótima relação qualidade-preço.


456,00 € T.T.C.
485,00 €
38,00 € / uunité



PENSANDO BEM......

Os franceses são grandes e tradicionais viticultores, mas pecam pela ingenuidade, não entendem nada de especulação e desconhecem quão milagroso pode ser o cenário vinícola do Brasil.

Continua

Bacco

quarta-feira, 3 de abril de 2024

CEBOLAS COM ANCHOVAS

 


Não sou um ótimo cozinheiro, nem um grande cozinheiro, mas sou um bom “copiador” de receitas.

Quando um prato chama minha atenção, coloco em ação minha imaginação e tento realizá-lo em minha mente.



Talvez por ter “nascido” em um restaurante, antes dos meus avôs e depois dos meus pais, as panelas, ingredientes, ervas, condimentos etc. não tem grandes segredos, para mim e quase sempre “acerto” a receita na primeira ou segunda tentativa.

Quase sempre?

Bem..... Para realizar, razoavelmente, ”Porcini e Pesche alla Willsberger” (Cogumelos e Pêssego à Willsberger), do genial chef Cesare Giaccone, precisei de meia dúzias de tentativas, igual números de fracassos, mas na sétima, quando havia decidido ser a última, finalmente consegui.



Quem quiser comer “Porcini e Pesche...” precisará reler a minha receita; Cesare teve um derrame e fechou seu restaurante em Albaretto della Torre.

https://baccoebocca-us.blogspot.com/2021/03/historias-e-receitas_3.html

Cansado de dirigir, com frio, neve caindo sem parar e abundantemente, resolvi interromper a viagem e almoçar no restaurante de uma aldeia perdida nos Apeninos toscanos.

Lareira acesa, madeira crepitando, faíscas alegrando a sala, um belo copo de Morellino di Scansano....A vida parecia bela e merecedora de um sorriso.



Enquanto bebericava meu tinto resolvi consultar, sem muito entusiasmo, o menu do restaurante.

Nada de muito especial, nada que me despertasse algum particular desejo, até que...... “Cipolla com Acciuga e Parmigiano al Forno” (Cebola com Anchova e Parmesão ao Forno).

Imediatamente ordenei o antepasto e .....acabei comendo três.

Sensacional receita que agora, com alegria e prazer, revelo em B&B.

INGREDIENTES PARA 4 PESSOAS

2 Cebolas grandes e se possível, achatadas

1 latinha ou copinho de filés de anchovas, azeite, Parmigiano (se não encontrar Parmigiano, queijo de cabra substitui bem), farinha de rosca.

PREPARO



Corte as duas extremidades das cebolas, retire a casca, coloque em uma panela, com água fervente, por 5/7 minutos.



Se tiver, como no meu caso, uma panela a vapor corte a cebola em duas partes (se a cebola for grande dívida em três) e cozinhe até alcançar a consistência “al dente”.



Enquanto as cebolas cozinham derrame, em uma frigideira, 8/10 colheres de azeite de boa qualidade, os filés de anchovas e com um garfo desmanche-as até obter uma pasta.



Se tiver pasta de anchova em tubo o processo é mais rápido.

Após o cozimento coloque as cebolas em uma assadeira, com uma colher derrame sobre elas um pouco a pasta de anchovas e azeite, junte o queijo ralado e termine cobrindo o todo com a farinha de rosca.



Leve ao forno pré-aquecido (180º) por 5-8 minutos e sirva com um belo Chianti ou outro tinto não muito encorpado e.…Buon appetito



Bacco