sexta-feira, 19 de abril de 2024

O Diário de Sarah nos "Serões com Histórias"

Fundação Rui Cunha. 22 Abril, Segunda-feira, 18h30 -  Av. da Praia Grande, 749, Macau.
“O Diário de Sarah: Uma nova-iorquina na Macau oitocentista”.
Serões com Histórias.
Orador Convidado: Joao Botas.
(Jornalista da RTP – Rádio Televisão Portuguesa, autor de diversos livros sobre a história de Macau e autor do Blog Macau Antigo (macauantigo.blogspot.com)).
(Presidente da AAAEC - Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco).
Evento realizado em Português.
O Diário de Sarah é um documento inédito com cerca de 200 anos que chegou às mãos do Jornalista João Botas, autor do dinâmico blog Macau Antigo e de outros livros sobre o território de Macau, onde viveu e estudou na adolescência.
Este diário a que teve acesso terá sido escrito por uma norte-americana, esposa de um comerciante que vinha a Macau e à China com frequência. A versão dactilografada que o jornalista obteve, com muitos anos, permite descobrir relatos de uma época em que o comércio fervilhava no sul da China. Mas, até à data, é desconhecido o paradeiro do documento original manuscrito.
«Depois de múltiplas verificações posso garantir que se trata de um relato verídico», contou João Botas ao jornal Hoje Macau numa entrevista no início de 2024.
O jornalista, que chegou ao contacto com descendentes de Sarah e do marido, vem agora a Macau e estará na Fundação Rui Cunha para uma sessão de Serões com Histórias,
onde os escritos de Sarah nos vão permitir «viajar até à Macau de meados do século XIX, com muitas descrições de espaços, ruas e edifícios,
permitindo fazer o retrato da comunidade de estrangeiros ocidentais que viviam no território, que eram poucas dezenas», numa população que, à data, não tinha mais do que 35 mil pessoas, a maioria chineses, e com apenas 4.500 portugueses e macaenses, segundo o Hoje Macau. «A linguagem utilizada [no diário] é simples, mas o elevado número de pessoas mencionado obriga a muita pesquisa de contextualização, nomeadamente, sobre quem eram e o que faziam naquela época. É o que estou a fazer nesta altura, e está quase pronto», relatou também João Botas, afirmando estar em conversações com entidades públicas de Macau para a edição de um livro.
Não Perca!"
Texto da organização do evento.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Rigoberto Rogério do Rosário Júnior: 1949-2024

Rigoberto Rogério do Rosário Júnior, mais conhecido por Api ou Rigo, morreu na passada segunda-feira em São Paulo, Brasil, país onde o músico macaense estava radicado desde os anos 70 do século 20. 
Nascido em Macau a 11 de Agosto de 1949, Rigoberto é o autor da conhecida canção “Macau (terra minha)” e fez parte da banda The Thunders.
Toda a história da banda pode ser consultada aqui no blog (utilizar o campo de pesquisa) 
O tema "Macau (Terra Minha)" é um hino para os macaenses criado (música e letra) por Api tendo feito muito sucesso pelos The Thunders a partir da década de 1970.
Os Thunders estiveram activos entre 1966 e 1971 
Thunders com gov. Nobre de Carvalho
 O EP gravado pela editora EMI

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Serões com Histórias: 22 Abril - 18h30 - Fundação Rui Cunha

Convite
A 22 de Abril farei uma palestra sobre o diário nunca publicado de uma nova-iorquina que esteve várias vezes em Macau na década de 1850.
18h30 - Fundação Rui Cunha - Av. da Praia Grande, 749

Invitation
On April 22nd I will give a lecture about a new yorker women who was in Macau several times in the 1850s and one of the times wrote a diary which has never been published.
6:30 p.m. - Fundação Rui Cunha - Av. da Praia Grande,749

邀請函
4月22日我將做一個講座,講述一位紐約婦女在1850年代多次到訪澳門,其中一次寫了一本從未發表過的日記
Segunda, 22 Abril / Monday 22 April - FRC - Praia Grande - 18h30


terça-feira, 16 de abril de 2024

A Detailed Map of Macau

Este "Detailed Map of Macau" ilustrado com uma fotografia da fachada da igreja Mater dei era desdobrável e teve várias edições na década de 1960. Escrito em inglês e chinês, teve também em alguns casos os nomes das ruas apresentados em português.
Já havia o istmo entre Taipa e Coloane mas ainda não havia ponte entre Macau e Taipa o que só veio a acontecer a 5 de Outubro de 1974.

PS: em futuras publicações darei conta de outras edições

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Emissão filatélica “Edifícios Públicos e Monumentos”


A 19 de Março de 1982 os CTT de Macau anunciavam "o lançamento da primeira «série-base» de selos do Território que terá como tema os «Edifícios e Monumentos de Macau». A série-base a ser lançada por ocasião do 10 de Junho – em que a emissão de selos atinge uma tiragem superior ao normal e se destina a fins postais em especial – encontra-se repartida em três grupos, relativos aos anos de 1982, 1983 e 1984, com taxas de 30 e 40 avos e uma, duas e dez patacas."
Os selos destas emissões denominadas "ordinárias" de 1982, 1983 e 1984 são da autoria do macaense António Conceição Júnior (ACJ).
A Santa Casa da Misericórdia, o Farol da Guia, a Porta do Cerco, o edifício da Caixa Escolar, a Casa Garden, o Quartel dos Mouros... foram alguns dos edifícios contemplados nas emissões filatélicas da década de 1980.
1982
1983
1984

Curiosidade: Em 2011 foi feita uma nova emissão com o mesmo nome e também da autoria de ACJ. Foram escolhidos quatro edifícios públicos de Macau com valor arquitectónico reconhecido: “Sede do Governo”, “Autoridade Monetária”, “Albergue da Santa Casa” e “Fundação Macau”. (imagem abaixo)

domingo, 14 de abril de 2024

Macao Opium Monopoly: 1924

Esta notícia de 16 de Maio de 1924 informa que foram recebidas quatro propostas para o "monopólio do ópio" para um "período de três anos" a partir de Julho. A proposta de valor mais alto foi feita pela Yu Sing Company que ofereceu mais de duas mil patacas por ano. Um dos sócios da empresa era Vong Tchi Sun.
The Hong Kong Telegraph 16 Maio 1924

sábado, 13 de abril de 2024

A Grande Dama do Chá

Publicado em 2020 A Grande Dama do Chá é um romance da autoria de Fernando Sobral, o último livro a ser editado antes da morte do autor em Maio de 2022.
Sinopse:
Macau, 1937. Com o rápido avanço do exército japonês em território chinês, a guerra chega silenciosamente à cidade. Muitos refugiados vêm de Xangai. Entre eles está Jin Shixin, que abre a mais famosa casa de chá de Macau e que passa a ser conhecida como A Grande Dama do Chá. Mas a sua verdadeira missão é outra. Ela faz parte da tríade Bando Verde, de Du Yuesheng, outrora o mais poderoso homem de Xangai. Em Macau também encontra refúgio Cândido Vilaça, saxofonista da Benny Spade Orchestra. Entre espiões japoneses, riquezas escondidas, o ópio, o jogo e os sonhos de alguns portugueses, os caminhos de Cândido e Jin cruzam-se. Dividido entre a música e a sobrevivência, o amor e a guerra, a liberdade e o compromisso, Cândido confronta-se com escolhas quase impossíveis. Tal como Macau.
Fernando Sobral (1960-2022) foi cronista e crítico cultural em vários jornais portugueses (Semanário, O Independente, Diário Económico, Se7e, Jornal de Negócios e Público). Publicou vários romances, como L. Ville, Ela Cantava Fados, O Segredo do Hidroavião*, A Grande Dama do Chá*, O Navio do Ópio*, além de livros de crónica e ensaio.
* obras relacionadas com Macau.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

"Portugal Buys British Planes"

A 16 de Dezembro de 1937 o jornal The Straits Times (Singapura) informava que Portugal comprara aviões ingleses* para uma "nova base naval em Macau".
"Portugal Buys British Planes - Arming New Air Base At Macao.
Lisbon, Dec. 15
Wing-Comdr Jose Cabral** left for London by air today to take delivery of a number of seaplanes bought by the Portuguese Government from Great Britain. They will be sent to the new Portuguese air base at Macao. Reuter"
* Referência aos Hawker Osprey (na imagem)

** José Cabral foi comandante da Aviação Naval de Macau cujo centro foi inaugurado em 1927 (na Taipa), era na altura 1º tenente-aviador. O CAN seria desactivado em 1933 e reactivado em 1937/38. Esta reactivação deveu-se à invasão da China pelo Japão. Ao todo foram adquiridos a Inglaterra seis aviões que seriam transportados para Macau pelos navios  da marinha portuguesa, Afonso de Albuquerque e Bartolomeu Dias.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Designs of Chinese buildings, furniture, dresses, machines, and utensils

Filho de um comerciante escocês, William Chambers (1723-1796) nasceu na Suécia mas foi em Inglaterra que se destacou como arquitecto. Entre 1740 e 1749 foi contratado pela Companhia Sueca das Índias Orientais, fazendo três viagens à China, onde estudou arquitectura e decoração chinesa.
De regresso à Europa, estudou arquitetura em Paris e passou cinco anos em Itália. Em 1755 mudou-se para Londres, onde estabeleceu um atelier de arquitectura. Em 1757 foi nomeado tutor de arquitetura do Príncipe de Gales, mais tarde Jorge III, e em 1766 foi nomeado arquiteto do Rei.
Tancar (em cima) uma embarcação típica da costa do Sul da China, incluindo Macau

Em 1757 publicou "Designs of Chinese buildings, furniture, dresses, machines, and utensils", William Chambers", um livro de ilustrações de edifícios, mobília, trajes, embarcações e utensílios chineses - na imagem acima - que vieira a ter grande impacto na Europa. O gosto pelo tema levou-o a elaborar dissertação sobre Jardinagem Oriental em 1772. Mas a sua obra de maior referência foi um Tratado de Arquitetura Civil, publicado em 1759 e que em 1862 ainda era republicado. Entre 1758 e até meados da década de 1770 Chambers focou-se na construção de casas para a nobreza. Foi nesse período que projectou (1762) o Grande Pagode - 10 pisos/ 50 metros de altura  - nos jardins reais de Kew (Londres) e que ainda hoje existe. 
Em 1766 foi eleito membro estrangeiro da Real Academia Sueca de Ciências e dois anos depois desempenhou um papel importante na fundação da Royal Academy. Morreu em Londres em 1796 estando sepultado no "Poets' Corner" na Abadia de Westminster.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Hotel San Hou

O Hotel San Hou estava localizado na Rua das Lorchas (Porto Interior), perto do acesso à Av. de Almeida Ribeiro (San Ma Lou). No início da década de 1990 ainda estava em funcionamento com preços a rondar as 65 patacas/noite.
Em 1964 tinha 56 quartos com preços de 3 a 9 patacas.
Nota: Na década de 1930 existiu um hotel San Hou na Travessa das Virtudes. 

terça-feira, 9 de abril de 2024

Centenário da primeira travessia aérea Portugal-Macau: 1924-2024

A deposição de uma coroa de flores no monumento existente em Vila Nova de Mil Fontes e uma sessão oficial no Museu do Ar em Sintra marcaram o arranque, no passado domingo, das comemorações do centenário da primeira travessia aérea entre Portugal e Macau. 
A viagem teve início a 7 de Abril de 1924 em Vila Nova de Mil Fontes e a Junta de Freguesia associou-se às iniciativa com uma medalha comemorativa de um dos maiores feitos da história da aviação. É apenas uma das várias manifestações agendadas que vão decorrer até Setembro em Portugal, Hong Kong e Macau.
"Há cem anos, a viagem aérea de Portugal a Macau constituiu um notável feito aeronáutico de destaque internacional. Com a sua realização, Portugal competiu com êxito no plano das grandes viagens aéreas intercontinentais que então eram promovidas pelas grandes potências internacionais. Mas, contrariamente a essas grandes potências, o Estado português não apoiou este raide. Foi o povo que se mobilizou para o financiar, através de ampla subscrição pública, numa ação solidária e entusiasta que galvanizou o país
inteiro, desejoso de feitos que animassem os tempos sombrios da I República.
O raide foi sonhado e meticulosamente preparado pelos aviadores Brito Paes e Sarmento de Beires, com o apoio do mecânico Manuel Gouveia. A 2 de abril, o avião «Pátria» (um Breguet 16) dirigiu-se da Amadora para Vila Nova de Milfontes (terra a que Brito Paes estava pessoalmente ligado), pela vantagem oferecida pela pista dos Coitos, a única que garantia a descolagem segura do avião em carga plena.
Partindo a 7 de abril, os aviadores viveram momentos de elevado risco, como o da aterragem de emergência na Índia, que danificou definitivamente o avião e obrigou à aquisição de um um novo aparelho, igualmente custeado pelo povo português. Os aviadores percorreram um total de 16.760 Km em 25 etapas, até aterrarem a 20 de junho em Shum-Chum, na China, após terem sobrevoado Macau, onde não conseguiram aterrar devido a um ciclone." (leia-se tufão).
Texto da Comissão de Organização das comemorações constituída pelo Município de Odemira, Universidade do Porto e Força Aérea Portuguesa.
Os três protagonistas da travessia aérea: Sarmento Beires, Manuel Gouveia e Brito Paes, natural de Colos, concelho de Odemira, a que pertence também a freguesia de Vila Nova de Mil Fontes.

No verso o brasão de V. Nova de Mil Fontes: escudo de prata, semeado de fontes heráldicas de azul e prata e, brocante, uma cruz da Ordem de Santiago, de vermelho; planície ondeada de ouro, perfilada de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. 

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Ligação Macau-Hong Kong há 100 anos

Actualmente Macau e Hong Kong já estão ligadas por uma ponte rodoviária. Antes só por via marítima ou por via áerea...
Anúncio de 1924 publicado em Hong Kong: duas ligações marítimas diárias entre Macau e Hong Kong (dois sentidos). Ao domingo apenas uma. O Sui An e o Sui Tai eram dois dos vapores que efectuavam as ligações.

domingo, 7 de abril de 2024

"Levantou hoje vôo o Pátria"

Há 100 anos tinha início a primeira ligação aérea entre Portugal e Macau. O jornal A Capital (Portugal) noticiou o facto protagonizado pelos "denodados aviadores capitães Sarmento Beires e Brito Pais" na primeira página da edição de 7 de Abril de 1924 com o título "Levantou hoje vôo o Pátria". 
O mecânico e também aviador Manuel Gouveia 'apanharia' o avião um pouco mais à frente no percurso que só terminaria em meados de Junho desse ano na cidade de Macau. Foi um dos maiores feitos da avião mundial na época.
Poucos dias antes da partida em Coitos (Vila Nova de Mil Fontes) o "Pátria" viera da Amadora o principal pólo da aviação em Portugal na época. 
Na fuselagem do aparelho pode ler-se "Esta é a ditosa pátria minha amada. Foi extraída do Canto III de Os Lusíadas, de Luís de Camões, cujo quinto centenário do nascimento também se assinala este ano.

sábado, 6 de abril de 2024

Uma foto e uma pintura da Travessa da Paixão

Década 1980/90

2010

A Travessa da Paixão é um dos arruamentos de menor extensão de Macau. Liga a Rua de S- Paulo com a Rua da Ressurreição.

Curiosidade: o nome em chinês 戀愛巷 é em tudo semelhante com os caracteres a significaram amor e paixão. Neste caso a origem do topónimo é a Paixão de Cristo.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Palácio da Praia Grande - 南灣澳督府- Praia Grande Palace

Palácio da Praia Grande = 南灣澳督府= Praia Grande Palace de Eduardo Corte Real. 
Edição trilingue do Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau.



quinta-feira, 4 de abril de 2024

2 de Abril de 1762

Decretada em Portugal em 1759 a ordem de expulsão das ordens religiosas só seria aplicada em Macau em 1762 (quando chegou a notícia). Assim, a 2 de Abril de 1762 todos os bens dos jesuítas em Macau passaram para a posse da diocese local: Colégio de S. Paulo, Seminário de S. José e Igreja da Madre de Deus. Os jesuítas regressariam a Macau muitos anos depois...
Em cima imagem de uma emissão filatélica de 1983 intitulada Edifícios e Monumentos Públicos de Macau. O desenho da fachada da igreja destruída por um incêndio em 1835 - vulgo Ruínas de S. Paulo - é da autoria de António Conceição Júnior.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Fotos de alunos das aulas de fotografia no Liceu de Macau

Neste post publico alguns exemplares dos milhares de fotografias do arquivo pessoal do professor António Andrade. São fotos de alunos das aulas de fotografia no Liceu de Macau na década de 1980.
Vista da fachada lateral - ginásio do lado esquerdo- onde ficava o campo de jogos virado para o hotel Sintra; em baixo uma vista aérea com o Liceu ao fundo vendo-se à direita a Escola Comercial (actual Escola Portuguesa)
Do arquivo pessoal do professor, que deveria ser digitalizado por instituições com responsabilidade na matéria, fazem parte milhares de registos fotográficos das décadas de 1970 e 1980. O professor privilegiou o registo a preto e branco denotando especial atenção a cenas do quotidiano com enfoque na figura humana.
Entre os muitos trabalhos que fez em Macau (onde chegou em 1974) o professor António Andrade foi ainda responsável pelo grafismo de várias publicações, incluindo capas de livros.
Jogando xadrez chinês
O descanso do homem de riquexó

Biblioteca Pública no jardim de S. Francisco junto ao cruzamento da Av. da Praia Grande com a Rua do Campo; ao fundo do lado direito o edifício Ribeiro, ao lado do Cineteatro.

Teatro Nam Van: inaugurado em 1964 já foi demolido

Cidade de Macau vista da Taipa

Mendigo no templo de A-Ma na Barra

Trabalhando em talha (madeira)

Curiosidade: Um artigo do professor intitulado "Macau Children's Art" foi publicado na conceituada revista Arts of Asia em 1977 e inclui ilustrações dos seus alunos no Liceu.
O professor António Andrade no Liceu de Macau

Agradecimento: ao Miguel Andrade pela cedência das imagens; as legendas são da minha responsabilidade.